Em 2021, o número de domicílios com acesso à internet no Brasil chegou a 90%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Ou seja, mais de 65 milhões de domicílios conectados. No entanto, um estudo do Instituto Locomotivas e da empresa de consultoria PwC identificou que 33,9 milhões de pessoas estão desconectadas. E que 86,6 milhões de brasileiros não conseguem se conectar todos os dias.
Aqueles que conseguem acessar a internet em média 25 dias por mês são conhecidos como parcialmente conectados. Eles representam 44,8 milhões de pessoas no Brasil. Os brasileiros que em média acessam a internet 19 dias por mês são chamados de sub conectados. E somam 41,8 milhões de pessoas.
Principal forma de acesso do brasileiro à internet
De acordo com a Agência Brasil, 99% dos usuários no Brasil acessam a internet através de aparelhos celulares. Enquanto 50% das pessoas utilizam a televisão e 36% os computadores. A proporção de brasileiros que acessam a internet exclusivamente por celular passou de 58% em 2019 para 64% em 2021.
“Os aparelhos celulares, embora sejam quase um computador de bolso, proporcionam um uso mais limitado, que não desenvolve, nos usuários, o mesmo tipo de habilidades digitais que a utilização de múltiplos dispositivos.” (Fábio Storino, coordenador da pesquisa sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nos Domicílios brasileiros 2021)
No Brasil, a principal finalidade da internet é conversar por chamadas de voz ou vídeo (95,7% dos usuários). São números ligeiramente maiores que o índice para envio ou recebimento de mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos (94,9%). Na sequência, a finalidade da internet é assistir a vídeos, inclusive programas televisos, séries e filmes (89,1%). E também enviar e receber e-mail (62,0%).
O perfil das pessoas que não possuem acesso a internet
Ainda de acordo com o estudo do Instituto Locomotivas, o grupo de pessoas que não consegue se conectar todos os dias é formado principalmente por pessoas negras das classes C, D e E, com pouca ou nenhuma escolaridade. E mesmo aqueles com acesso parcial ou integral à internet relatam dificuldades para acessar a internet no país. Entre os principais obstáculos estão:
- A instabilidade do sinal da internet (48%).
- A velocidade ruim da internet (44%).
- A qualidade ruim do sinal (44%).
- A falta de conhecimento para usar a internet (28%).
- A falta de interesse (27,7%).
- O valor para contratação dos serviços de acesso à internet (14%).
- O valor para dos equipamentos necessários para acessar a web (6,2%).
A importância de aumentar a conectividade
Conforme percebido nas pesquisas, a democratização do acesso à internet ainda é desigual no Brasil. E os principais obstáculos estão relacionados ao custo do acesso e a simplicidade dos sistemas. Isso significa que grande parte dos novos usuários virá de mercados emergentes e serão mobile-first e mobile-only. Ou seja, o celular será a primeira e às vezes a única fonte de acesso à internet. Desta forma, as principais mudanças para democratizar o acesso são:
- Celulares acessíveis.
- Sistemas operacionais mais leves.
- Planos de dados baratos.
- Ponto de acesso (hotpots) grátis de wi-fi.
Quanto maior o acesso, maior será o consumo
As tecnologias digitais permitem que as empresas inovem na experiência do cliente e no modelo de negócios. Afinal, elas ajudam as empresas a atender as expectativas cada vez maiores dos consumidores. Além disso, aumentam a disposição de compra e venda e impulsionam a criação de valor da marca.
Desta forma, ao reduzir o fosso digital e atingir a conectividade nacional, a sociedade será mais inclusiva, participativa e produtiva. Principalmente a comunidade de baixa renda, que terá acesso igualitário ao mercado e ao “saber fazer”. Isso iria melhorar o padrão de vida e ajudar a diminuir a pobreza, por exemplo.
Conclusão
Na comunicação, o acesso igualitário à internet possibilita o estudo mais aprofundado sobre comportamentos e tendências dos brasileiros. Afinal, teremos números que refletem melhor a realidade do país. E, ainda, a oportunidade de acessar um mercado consumidor maior e mais diversificado, proporcionando a criação de novos negócios, produtos e serviços. Tudo isso usando plataformas de mobile-first e mobile-only, exigindo uma adaptação nos negócios para aproveitar as oportunidades que em breve surgirão em nossa economia.
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